10 de março de 2011

Sublimação

Fui ver o discurso do rei, e o filme até se vê bem. É sobre um rei gago. Mas o mais importante do filme para mim foi aquela mensagem que passa em que o terapeuta que não era diplomado mas que era terapeuta, ao contrário dos terapeutas que têm diploma e são chamados os doutores, consegue estabelecer uma relação de intimidade com uma pessoa que não sabia bem como isso se fazia. E depois no fim, com algumas técnicas, o rei consegue fazer um discurso sem gaguejar. Eu gosto de contar os finais dos filmes. Sim, e acho que se devia apostar mais em filmes baseados em histórias verídicas.

3 de março de 2011

Pensamento positivo

Que mania de frustrar os jovens. Por esta e por outras razões eu acho que devia de haver uma selecção, não natural, dos educadores de hoje em dia.

O meu irmão, ontem ao almoço, veio-me com a conversa que uma das suas professoras da faculdade disse “desculpem-me meus amores, mas aquela história do pensamento positivo é tudo mentira”. Segundo ela, que provavelmente estava a falar de causalidade mas explicou-se mal, não interessa pensar positivo porque as coisas boas não vão acontecer só porque eles querem. O pensamento não tem força para mudar o sentido dos acontecimentos.
O quê? Hã? Só disse isso?? Nem deu as referências bibliográficas de autores? Nem vos disse o nome de nenhum site na internet para pesquisarem? Não falaram mais do assunto? Foi assim a seco? E toda a gente acreditou? Eu, numa tentativa de mudar o rumo dos acontecimentos, e porque só tenho uma hora de almoço, expliquei-lhe que a professora não tem razão.
“Mano, meu amor, grande estúpida que ela é. Anormal! Se pensares positivo, se desejares muito mas muito mesmo uma coisa, todas as tuas acções serão canalizadas nesse sentido, todas as pessoas que te rodeiam irão perceber os teus desejos, e então as probabilidades deles se realizarem serão muito maiores. E depois existem aquelas coisas todas que não sabemos explicar e que dão sabor à vida, e que fazem as coisas acontecer. Acredita, acredita sempre que sim. Não ligues pá, a gaja é parva e anda a descarregar as frustrações em cima de vocês. Foge de pessoas assim.“


E depois, quando ia a conduzir de volta ao trabalho, lembrei-me também da música dos Deolinda, daquela dos parvos.  Pensei que talvez se a música fosse feita no sentido positivo talvez tivesse um efeito mais transformador, e se tornasse um bocadinho menos chata. Mas isto sou eu, que gosto de coisas que causam outro tipo de contestação.