29 de março de 2009

25 de março de 2009

"Como será que faz amor quem não gosta de poesia?
Quão frios serão seus gestos ao tocar o corpo amado?
Que palavras secas dirá talvez ao declarar suas paixões?
Como falará da lua?
Como será que beija flores?
Com quanta suavidade riscará o fósforo para acender a vela?
Com que candura entornará o vinho para encher a taça?
Como será que faz amor quem não gosta de poesia?"
Edson Marques

23 de março de 2009

22 de março de 2009

Efeito secundário (lado B) "O acto simples de estender a mão na luz e tocar-te irá coincidir com os meus dedos a transformarem-se em cores, nuvens de pó lançadas no ar. Esse será o primeiro efeito da magia. Chamar-lhe-emos magia por causa das crianças, mas saberemos que, em rigor, será apenas uma ilusão. Talvez seja nesse instante que os lábios começarão a fazer o playback de todo o silêncio, como um beijo antigo, gravado noutro disco. O efeito secundário dessa fotografia, desse postal, desse pôr-do-sol, será um bombardeamento de planos para o futuro, filhos em projecto, iremos escolher mil nomes para menino, mil nomes para menina, iremos perder tempo a pensar nos nomes que daríamos se fôssemos ingleses, americanos, e falássemos em inglês, americano, como as pessoas felizes e garridas dos filmes de domingo à tarde no primeiro canal, ou franceses e chatos, como as pessoas tristes dos filmes de segunda-feira à noite no segundo canal. O primeiro efeito desse instante será um ardor à volta dos lábios ou a repetição da guerra do Vietname, da mesma maneira que um ciclone na China faz uma borboleta bater as asas e pousar-me involuntária entre os olhos, asas como óculos de cor, nuvens de pó lançadas no ar, ou como esperança apregoada nas ruas por multidões indecisas, confusas, incertas, frágeis, feitas de homens humanos, mulheres humanas e crianças-crianças, futuros homens e futuras mulheres, prontos a repetirem todas as nossas dúvidas e todas as vezes que olhámos o horizonte. E talvez o seu melhor momento seja um espelho estragado, um penteado definitivo ou a constatação humilde de não serem mágicos, mas ilusionistas, donos de um espectáculo honesto, como nós agora a sermos o efeito principal e secundário de tudo o que chega a nós, de tudo o que parte de nós, de tudo o que nos ignora, nos transcende e nos lança pela eternidade a partir do instante simples em que estendo a mão na luz e, simples, te toco." José Luís Peixoto

19 de março de 2009

"Quem não se arrisca para além da realidade jamais encontrará a verdade ."

9 de março de 2009

Chama-se vida e ninguém disse que era fácil. Tenho medo de terminar, por isso nem chego a começar. “Arriscar é perder o pé por algum tempo. Não arriscar é perder a vida.”