30 de setembro de 2010

28 de setembro de 2010

Muita parra e pouca uva

O ser humano é fantástico, e já foi o melhor cultivo de produção biológica. A uva também. A uva é um dos frutos mais antigos, dos que são conhecidos. Eu acredito, e constato todos os dias, que há coisas que não conhecemos. Se fossemos videiras bastaria colocar uma estaca e deixar a natureza fazer o seu trabalho, chegar alto, e no final poderíamos dar um bom vinho ou simplesmente muita parra e pouca uva. Nós somos um pouco mais complexos, de um momento para o outro, os sentidos enganam-nos, o preto passa a branco, a atracção passa a repulsão, o bom passa a mau, o doce amarga, a certeza passa a incerteza, as necessidades alteram-se. E é na pele, sente-se na pele. Acaba sempre onde começou. Celebramos a natureza como a vemos, imaginando que a celebramos como ela é, e bebemos um copo de vinho. Esquecemos o entretanto, esquecemos os meios. E fazemos um brinde. À nossa!

27 de setembro de 2010

Pensamento profundo para a semana

Tudo o que entra sai. E é assim que vou começar a minha semana. Acordei leve e com a certeza que num sistema aberto que sou, tudo o que entra sai. Não há trabalho, vicissitude, que fique por aqui. Merda! Se for tudo, mesmo tudo, confirma-se, não há bela sem senão.

22 de setembro de 2010

Eu não sou um rato, mas com choques eléctricos era mais rápido

Ando a sentir-me muito entediada. Ando com tanto tédio que até já fui ao médico. Este disse-me que ninguém morre de tédio. Acenou-me com uma anestesia geral, mas disse-me que dormir por tempo indeterminado está fora de questão. Eu sei que este tempo pós férias demora sempre a digerir e a entrar no ritmo, mas não me parece o caso. É um problema que está a tornar-se crónico. Está a tornar-se, mas não vai conseguir que eu não deixo. Descobri que, para além de acontecer no trabalho, a procrastinação pode assolar outras áreas da vida. Eu detesto pessoas inertes, quer intelectualmente falando, quer no sentido físico do termo. Sendo assim, não me resta outra alternativa, uma vez que dormir por tempo indeterminado está fora de questão, só me resta mexer. Quem espera sempre alcança, mas eu já não acredito em provérbios populares. Todos sabemos que parar é morrer, e que morrer é o contrário de estar vivo. A rotina mata. Todos devíamos fazer uma coisa nova diariamente, conhecer um sítio, uma pessoa, um sabor, uma música ou simplesmente olhar para um sítio, uma pessoa, um objecto, de forma diferente. A receita não sei bem qual é, mas uma coisa vos posso dizer: todos falam do Pavlov mas foi o Skinner que percebeu como a coisa funciona. Tentem lá realizar todas as sugestões anteriores no vosso dia-a-dia sem um reforço positivo, ou negativo para os mais pessimistas, e digam-me se resultou. Garanto, sem reforço positivo não resulta.

21 de setembro de 2010

Paulo Bento?

Já que andam todos a dar palpites sobre o novo seleccionador nacional, aqui vai a minha opinião fundamentada.
Eu sei que o Mourinho é português e tal, mas está em Espanha. ...o Ronaldo é português e também está no Real Madrid. Eu sei que o Barcelona é o maior rival do Real Madrid e tal...
Então, e por razões óbvias, eu quero o Guardiola para seleccionador nacional!

13 de setembro de 2010

No carrossel

Pai: por amor de deus, acelera!
Eu: ah?
Mãe: não estejas a incentivar a miúda a andar com velocidade!
Pai: o carro está todo atrofiado, tens que esticar as mudanças.
Eu: esticar como? Até fazer barulho?
Pai: por amor de deus, que totó, até às 4000 rotações…
Eu: estás a brincar? Enches tu o depósito?
Pai: Assim, atrofiadíssimo, o carro gasta o dobro. Se fosse eu a conduzir já íamos a 180 km/hora.
Mãe: tu és muito bom! Não estejas a incentivar a miúda a andar depressa.
Pai: antigamente eras uma acelera, deste-me cabo dos carros todos. Lembraste de partir a embraiagem? E quando te despistaste e partiste o cárter e quase fiquei sem carro? Agora coitadinha estás assim. Parece que vais ter é que substituir os travões…
Eu: coitadinha? Ah? Queres levar tu o carro?
Mãe: acelera! Ainda estava amarelo!
Eu: mãe! Estás a incentivar-me a passar sinais vermelhos?
Mãe: estava amarelo, quer dizer passar depressa…
Eu: espero que estejam a brincar comigo…

10 de setembro de 2010

Aprender à força

Inspirada nas tantas crianças que neste momento preenchem a minha vida, ando a aprender todos os jogos infantis, músicas da pequenada e até séries televisivas. Ao que parece as séries televisivas são um dos maiores divertimentos de hoje em dia, para todas as idades. Nas minhas fantasias infantis encontro jogos como o futebol humano, macaca, elástico, congela, escondidas, entre muitos outros. E não incluo aqui a sueca, porque foi mais tarde, fica mal e eu quero dar o exemplo aos mais novos. Na minha pesquisa fiquei meio apreensiva com o jogo do toca e foge, pela semelhança com os jogos da vida adulta. Este não é um jogo que me traga grandes recordações, faz-me lembrar os xutos e pontapés e isso é bom. Para quem não se lembra ou não conhece, o jogo consiste em basicamente nos aproximarmos de alguém, tocar, e fugir em seguida sem ser apanhado. O toque varia de intensidade e de local do corpo consoante a veleidade de cada um. É um jogo que requer alguma destreza física e inteligência e é bom para quem gosta de jogar de costas viradas para os outros e para brincar com crianças que ainda não aprenderam a andar, pois ganhamos sempre. Na minha luta por me tornar uma melhor educadora percebi que, como em tudo na vida, temos que nos adaptar aos tempos modernos. Não vale a pena tentar qualquer aproximação e atenção de uma criança se não souber de trás para a frente todas as músicas de todas as séries que passam no canal panda e afins. Esqueçam Hans Christian Andersen, talvez mais tarde e depois de ganharem a atenção cheguem lá.

7 de setembro de 2010

silly season

Agora que o verão está a acabar, que a rotina está a instalar-se com a mesma velocidade, concluo que as consequências da meteorologia não são causa-efeito. Eu questiono-me, e não consigo compreender, porque é que chamam à época que está a acabar de silly season se as pessoas são as mesmas ao longo do ano!? A culpa é sempre do tempo...

3 de setembro de 2010

A luz acesa tira o enigma, com a luz apagada não se vê nada, o lusco-fusco é o que me dá mais gozo.

Sobre o tema livre desta semana para a fábrica de letras, a única coisa que me veio assim à cabeça foi liberdade. Que original. Liberdade de expressão em particular. E se assistimos, vezes sem conta, a discussões sobre o assunto, principalmente através da comunicação social! A liberdade de expressão é o direito de manifestar livremente opiniões, ideias e pensamentos. Então porque é que escolho tanto as palavras, as ideias e os pensamentos que partilho por aqui? Porque é que assisto há 4 anos, é verdade já ando nisto há 4 anos, a pessoas que partilham connosco as consequências de expor desta forma o que pensam, que terminam blogs porque não aguentam a pressão e que chegam a ter problemas na real life? Porque a liberdade de expressão, no que diz respeito ao que se escreve no blog, para mim, é directamente proporcional à resistência à frustração de cada um. Eu sei que este assunto é um pouco mais complexo que isto, mas sempre que abordo por aqui um assunto mais difícil de gerir é uma ideia que tenho sempre em mente. É claro que já me arrependi de ter quebrado o anonimato, que confundi real life com real live, que disse coisas que “não são bem assim”, e também comecei a utilizar as etiquetas de propósito só para confundir mais, mas a verdade é que gosto mesmo disto.

2 de setembro de 2010

Só mais 5 minutos

Já utilizei esta estratégia uma vez e não resultou. Basicamente, resume-se a começar a escrever numa folha em branco tudo o que me vem à cabeça. Tem como objectivo o disfarce, mas também o treino para começar a trabalhar a sério. Quem olha, parece que estou a trabalhar, a escrever o mais elaborado dos relatórios e o parecer mais assertivo dos últimos anos. Mas não estou a fazer nada disso, estou simplesmente a escrever estas parvoíces para partilhar com vocês. Durou 5 minutos e eu não escrevo muito rápido, não tenho muito a dizer.

Sou eu que estou fascinada ou isto é mesmo muito bom?

1 de setembro de 2010

Um dia vou vender tudo o que tenho e vou viver para a praia. Espero que nesse dia consiga dar mais valor e compreender melhor a importância dos bens materiais. Hoje, não estou a conseguir.