Pode ser um acumulado de experiências, pode ser um fenómeno paranormal, pode até ser apenas um desejo que assim seja, mas as mães têm sempre razão. Custa-me escrever isto. É uma espécie de solução mágica em que não se pode acreditar. Uma pré-determinação, quase uma praga. Talvez seja por esta razão que ando a tentar fugir de casa desde os 14 anos, e que hoje em dia continuo a ir lá jantar frequentemente.
A situação geralmente piora quando a mãe pede conselhos ao Pai, que é homem, logo não possui a capacidade de ler as entrelinhas. O pai tem a visão deturpada por uma paixão cega pela filha, que Freud explica ou não, que invalida qualquer conselho. Por isso, a razão da mãe que falo prende-se com o primeiro conselho que a mãe dá ao avaliar uma situação exposta. No dia seguinte, geralmente, já não vale a pena ouvir os conselhos.
A mãe tem sempre razão no que diz, nem que seja pelo desejo de felicidade plena da filha que se traduz na dela própria. E acerta sempre. Neguem, esperneiem, fujam, façam exactamente o contrário do que ela diz, mas a mãe tem sempre a verdade, a certeza, a razão. É claro que a linguagem utilizada é codificada, traduzida por símbolos, assim como a linguagem dos sonhos. São os nossos desejos escondidos ou não, pelo consciente ou pelo inconsciente, que não conseguimos verbalizar ou que gritamos aos sete ventos. Por isso, e como nos sonhos, a mensagem nem sempre é percebida e terá que ser interpretada à luz da nossa realidade, das nossas crenças, dos nossos desejos. Assim, o que serve para mim não serve para vocês. Ou seja, este post não tem utilidade nenhuma para além do prazer que me dá a mim escrevê-lo.