31 de agosto de 2011

360º

Não há melhor maneira de descrever o meu último dia de férias. Acordei cedo, estive em vários serviços públicos, tomei várias decisões sobre o futuro, e agora posso dizer que a minha vida deu uma volta de 360º. É sempre assim que me sinto quando contacto com serviços úteis. Que bom é voltar ao início, depois de dar umas voltinhas. Fiquei com vontade de andar de carrinhos de choque, logo agora que a feira aqui da terra já acabou. E a Feira Popular? Onde é que se pode andar de carrinhos de choque neste país? Depois queixam-se que as pessoas conduzem de forma agressiva.

29 de agosto de 2011

Para mim, não existe actividade mais estupidificante do que a realização de qualquer uma tarefa doméstica que não inclua água. Por exemplo, depois da técnica da paragem de pensamento, passar roupa a ferro está mesmo no top 10 das actividades mais estupidificantes que existem, juntamente com a meditação com vocalizações.

23 de agosto de 2011

O meu amigo virtual Edson Marques diz que “Toda emoção é produto do raciocínio.”. Pensei, pensei, e acho que não concordo. Se assim fosse, como explicar o facto de eu pensar uma coisa, sentir outra e, no fim, no agir, fazer exactamente o contrário do que queria. A coisa até corre bem quando ajo ao contrário do que o que penso, o pior mesmo é quando ajo ao contrário do que sinto. Não, a emoção não é produto do raciocínio. Mas o raciocínio, esse sim, é toldado pela emoção. E por favor não me contrariem nesta última frase, que eu não conseguiria lidar com a frustração de alguns dos meus actos.

Ou nunca mais..."  , e isso eu concordo. 

22 de agosto de 2011

ando um bocado mística




Culpa

- Preciso muito de falar contigo. Porque não apareces no skype?
- Chego cansada e não me apetece ligar o computador.
- Mas precisava de falar contigo. Preciso de uma opinião.
- Liga-me.
- Assim não gastamos dinheiro.
- No telemóvel também não.
- Mas não dá para transpor emoções por telemóvel.
- Nem por skype. Diz lá, o que se passa?
- Mas ao ver a tua cara dá para perceber melhor...
- Dá para perceber melhor o quê?
- O teu ar de reprovação.
- Ah? Mas se já sabes que vou reprovar porque queres falar comigo?
- Para dividir a culpa. Tu sabias e não me impediste…
Como a parte do estar apaixonada é verdade, pela vida acima de tudo, nunca vos maçaria com posts lamechas.  Deixo-vos aqui uma musiquinha para alegrar o dia. Love, Love, Love.

21 de agosto de 2011

Estou apaixonada

Estou oficialmente apaixonada. Descobri da pior maneira, daquela maneira que estou apaixonada mas ele não. Por isso, o que se avizinhava como posts cheios de coraçõezinhos e sobre o que a vida tem de bom, vão ser substituídos por posts lamechas sobre o fado, o destino, o karma. Sim, porque só pode ser karma, eu não tenho culpa nenhuma. Os meus amigos dizem que eu estou a exagerar. Mas, na verdade, quando alterei no facebook o estado civil para numa relação, os meus amigos fizeram like!. Só aqueles mais próximos, embirrantes e invejosos, é que me disseram que talvez fosse melhor não dizer o que sinto a toda a gente, e que o facto de ele me dar atenção não queria dizer que gostava de mim, que não havia nenhuma relação, enfim. Entre todos os meus amigos, só ele é que me perguntou com quem é que eu estava numa relação. Na altura não percebi, achei que era um sinal. Quando estamos apaixonados a nossa percepção fica um pouco distorcida. Bem, decidi alterar o meu estado civil de novo, e os meus amigos colocaram um smile triste. É bom ter amigos assim, e poder partilhar os meus sentimentos sem medo.

Estou com saudades do trabalho. É mentira, mas não faz mal. Foi o mote para escrever este post todo no lugar do título, só para relembrar os e-mails que recebo no trabalho com os assuntos todos escritos e desenvolvidos no lugar onde diz Assunto.

20 de agosto de 2011

there is no spoon

Às vezes quando parece que o dia não podia acabar pior, nós conseguimos torná-lo pior. No meu caso não preciso de muito, não preciso de discutir com ninguém, sair à rua à espera que uma situação menos boa aconteça, não, simplesmente fico em casa e deixo o meu pensamento fazer o resto. E não é que consigo. Às páginas tantas, tentei fazer o mesmo com o objectivo contrário. Para o dia me correr mesmo bem, deixei de interagir, não saí à rua, fiquei em casa e deixei o meu pensamento fazer o resto. E não é que consegui.

Vamos fugir

Isto hoje não está a correr nada bem, deve ser do tempo. Não sei se vale repetir textos, mas como ando armada em calona aqui vai um com uma pequena adaptação de um texto antigo. Até porque é tempo de férias, o dia está xoxo, o tema deste mês da fábrica de letras é fugir, e para mim fugir rima com escrever.
Ando a passear na vida. Nos últimos cinco anos vivi em quatro sítios diferentes. Está bem que em dois dos sítios foi apenas um mês. Mas não interessa o tempo que se passa em cada sítio, pois eu ouvi dizer que integramos em nós um pouco dos sítios por onde vamos passando, e esta ideia assusta-me. Nos últimos anos, mudei de casa quatro vezes. É verdade, quatro vezes! Embora seja uma das coisas que me causa mais stress (concluí isso hoje, ou há dois anos atrás), posso afirmar que tem algumas vantagens. Ver a nossa vida em malas de viagem, caixas de papelão e sacos de plástico, não é deveras agradável, mais que não seja pelo lado simbólico da coisa e também devido ao pó que carregamos connosco (para além de outras coisas vivas que podem aparecer pelo meio). Mas, deixo de fora as coisas fúteis que nos habituamos a coleccionar e as novas tecnologias ajudam a ter sempre próximos aqueles que são importantes e que carregamos simbolicamente em números de telefone e endereços de e-mail! Não fosse a máquina de lavar roupa, que tanto pesa e falta faz, poderia dizer que comigo só precisaria de levar o telemóvel e o computador portátil. Fora os exageros, e embora não saiba explicar, tenho outras coisas que me acompanham e não deixam de ser muito importantes e que causam alguns transtornos na hora da mudança, como por exemplo, os livros que nunca li, os que li, e todos os suportes de velas que me vão oferecendo ao longo destes anos e que não ficam bem em lado nenhum, entre outras coisas. Mas, esse lado simbólico que já referi, nem sempre é mau. Mudar, pode causar um sentimento agradável. Começar de novo, permite-nos só levar connosco aquilo que realmente interessa. Essa é a grande vantagem das minhas últimas mudanças, só levo comigo de volta o que realmente interessa e faz falta. E, devo dizer, que cada vez carrego menos "coisas materiais" comigo. Este assunto poderia tornar-se bastante poético, mas não é o que pretendo. Até porque não faço intenções de mudar de casa tão cedo. Digo assim, para não dizer nunca mais, pois não se deve dizer nunca. Desde os catorze anos que ameaço fugir de casa, fugir é um verbo que me acompanha já há bastante tempo. Por exemplo, a minha família e os meus amigos já nem ligam a este assunto. Sim, sim, foge, foge, dizem eles quando tento iniciar o assunto. Também fujo de outras situações, como por exemplo, chamar as coisas pelo nome. Este texto é para a fábrica de letras, sobre o tema fugir, e eu escrevi sobre mudanças. O que é que as minhas mudanças de casa têm a ver com fugir? Podem não ter nada a ver, ainda assim foi o que me apeteceu escrever.